Futsal: Sporting eliminado pelo Barcelona (5-4), Benfica morre na praia (4-4, 3-4 g.p.)

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Futsal: Sporting eliminado pelo Barcelona (5-4), Benfica morre na praia (4-4, 3-4 g.p.)

Atualizado
Duelo intenso entre Sporting e Barcelona
Duelo intenso entre Sporting e BarcelonaSporting CP
O Benfica desperdiçou um vantagem de dois golos nos últimos minutos do tempo regulamentar e acabou por perder nas grandes penalidades com o campeão em título Illes Balears Palma por 3-4, após um empate 4-4 no tempo regulamentar, e voltou a falhar a final da Liga dos Campeões de futsal, onde também não vai estar o Sporting. A equipa de Nuno Dias deu água pela barba ao Barcelona, num jogo que pareceu uma final, mas que acabou com sabor amargo para os leões, que perderam por 5-4 e vão defrontar o Benfica no jogo de 3.º e 4.º.

Barcelona 5-4 Sporting

A primeira partida da final four confirmou o adeus ao cenário de uma final portuguesa na Liga dos Campeões, por isso restava ao Sporting salvaguardar a honra do país depois de uma dramática derrota do Benfica na meia-final, nos penáltis, frente ao atual detentor do troféu.

A final perdida nos penáltis da época passada, frente ao já apurado Palma, ainda está atravessada na garganta dos leões, campeões europeus em 2021. Isso ajudará a explicar a entrada em cena da equipa de Nuno Dias. Ainda decorria apenas um minuto quando Merlim, desde a linha lateral, levantou para Tomás Paçó abrir o marcador e deixar o Sporting em vantagem.

O início foi claramente verde e branco, só que a equipa catalã, que também tem vindo a recuperar ao longo da temporada enquanto viu regressar os principais jogadores por lesão, demorou a entrar na partida mas foi feliz.

Depois de Dídac Plana evitar o 0-2 de Pany Varela, um livre de Mamadu Touré desviou em Rafa Félix e acabou por trair o guardião leonino, que viu a reviravolta passar à sua frente logo nos segundos seguintes. Desconcentrada, a defesa sportinguista distraiu-se num pontapé de canto e deixou Adolfo Fernández fazer o 2-1.

O apagão no pavilhão de Yerevan foi uma metáfora para o minuto 8 do Sporting: desligada, a equipa de Nuno Dias deixou-se apanhar pelo Barcelona, mas a reação mostrou que a formação verde e branca estava pronta para tudo.

Merlim rematou à trave no minuto que se seguiu, mas uma falta aos 12 minutos acabou por pressionar a formação sportinguista. Cinco faltas e o Barcelona com uma brecha para explorar. Catela falhou a primeira oportunidade desde os 10 metros, ao rematar ao poste. Logo a seguir, Zicky Té, acabado de regressar à quadra, fez o 2-2 ao segundo poste, após mais um passe de Merlim.

O equilíbrio foi a palavra-chave de uma meia-final que mais parecia uma final. Dídac Plana defendeu um penálti de Hugo Neves, depois de uma falta sobre Zicky, mas o jogador português aproveitou a recarga para deixar o Sporting em vantagem... durante alguns segundos. António Pérez rematou rasteiro para bater Henrique e deixar tudo na mesma antes do intervalo (3-3).

A segunda parte voltou a começar com um ritmo de autêntica final, embora as questões físicas tivessem obrigado os dois treinadores a alguma gestão - Zicky apresentou-se em dificuldades nesta partida.

Em sentido inverso ao que aconteceu na primeira parte, o Barcelona entrou melhor e fez o 4-3 numa assistência de André Coelho para Catela atirar forte de pé esquerdo e deixar os catalães novamente na frente do marcador.

Sem conseguir desbloquear a partida de bola corrida, Merlim continuou a fazer a diferença de bola parada e, apenas três minutos mais tarde, o jogo voltou a ficar empatado. Tatinho fez o 4-4 na sequência de um pontapé de canto cobrado pelo ítalo-brasileiro.

O estilo de jogo das equipas e o constante equilíbrio não fez encolher as duas equipas. Aberta, a partida gerou várias ocasiões de golo nas duas balizas, mas aos poucos sentiu-se que o Barcelona começava a assumir as despesas maiores do jogo ofensivo. Mais em contra-ataque do que em posse, ao contrário do Sporting, Matheus Silva acertou na trave para, minutos mais tarde, atirar uma bomba sem hipóteses para Henrique e deixar o Sporting atrás do prejuízo (5-4).

Os catalães jogaram com o resultado, resguardaram-se e ficaram à espera da buzina e do risco de Nuno Dias, que surgiu perto do último minuto da partida, quando o Sporting passou a jogar com Tomás Paçó como guarda-redes avançado no 5 para 4. A equipa leonina foi paciente, mas não conseguiu chegar ao golo do empate e vai defrontar o Benfica no jogo que as duas equipas não queriam disputar, o de 3.º e 4.º lugar.

Recorde aqui as incidências do encontro

Há 14 anos sem chegar à final da maior competição continental de clubes, o Benfica tinha a difícil missão de vencer o campeão em título, Illes Balears Palma, ex-Palma Futsal, que no ano passado ganhou o desempate por grandes penalidades sobre o Sporting. Apesar da presença nesta final four, as duas equipas não atravessam um momento positivo a nível doméstico: as águias acabaram a fase regular no terceiro lugar e os insulares espanhóis estão no quinto lugar. 

Jesús Gordillo foi o primeiro a criar perigo num remate perto do poste, enquanto o Benfica respondeu com eficácia através de bola parada: aos sete minutos, canto de Afonso Jesus para a entrada de rompante e desvio subtil de Lúcio Rocha.

Os espanhóis vieram com tudo para responder à desvantagem e por três ocasiões esbarraram em Léo Gugiel, mas à quarta, um livre cobrado por Vilian Sousa foi desviado por Jesús Gordillo na cara do guarda-redes, que não teve hipótese de evitar o golo do empate, apenas dois minutos depois do golo inaugural.

Logo a seguir, Gordillo falhou o que parecia mais fácil ao segundo poste num pontapé de canto. Mário Silva pediu desconto de tempo e ainda bem que o fez porque a equipa refrescou as ideias e, segundos depois, Jacaré encostou à boca da baliza depois de uma bela jogada coletiva, que começou em Léo Gugiel

A vantagem mínima viria a aguentar-se até ao descanso, com muito sofrimento por parte dos encarnados, que contaram com um enorme Léo Gugiel e o desperdício dos baleares. 

Logo no arranque do segundo tempo, Afonso Jesus ganhou duas vezes no corpo-a-corpo aos adversários, a bola sobrou para Lúcio Rocha que, à saída do guarda-redes, deu um toque subtil e picou em arco ao segundo poste.

Chaguinha, que passou seis épocas de águia ao peito de 2014 a 2020, era o cérebro dos baleares, mas nem as suas tentativas conseguiam ultrapassar Léo Gugiel. O Benfica ia controlando as incidências, mantendo a posse de bola sem correr riscos. Arthur ficou perto de aumentar a vantagem, obrigando Lyan Muller, ex-Fundão, a uma defesa a dois tempos, a segunda em cima da linha. 

A nove minutos do fim, a tarefa dos insulares ficou ainda mais difícil, com a expulsão de Ernesto por duplo amarelo, mas as águias não conseguiram aproveitar os dois minutos de vantagem numérica, pese embora uma boa oportunidade para Jacaré. Sem conseguir contrariar Léo Gugiel, o Palma arriscou e contou com a inspiração do seu próprio guarda-redes para reduzir a diferença, num belíssimo golo de Luan Muller de meia distância.

A seis minutos do fim, o tento trouxe o ímpeto para os espanhóis prepararem o assalto à baliza benfiquista com um grande remate à trave de Rómulo. Ainda com muito tempo no relógio, o Palma arriscou com o guarda-redes avançado, mas num remate bloqueado pela defesa, Lúcio Rocha aproveitou o adiantamento e, de uma área à outra, assinou o hat-trick.

Mas ainda havia muita tinta para correr...  Sem baixar os braços, os baleares mantiveram a aposta no 5 para 4 e num lance de desatenção defensiva, Marcelo dos Santos apareceu sozinho ao segundo poste para fazer o 4-3.

Um minuto depois, foi a vez do guarda-redes avançado Jesús Gordillo a surgir quase sem ângulo sobre a direita e a disparar rasteiro por entre as pernas de Léo Gugiel, até então irrepreensível. Numa excelente recuperação, os espanhóis mantiveram-se à tona para chegar ao prolongamento e as águias entraram em queda livre...

Com cinco faltas já assinaladas e sem espaço de manobra, convém ter cabeça. Não foi isso que demonstrou Lúcio, que depois do hat-trick, travou uma saída do guarda-redes e concedeu um livre direto, que Rómulo atirou para a bancada. O Palma esteve por cima, mas o Benfica aguentou o empate até ao descanso. Já na segunda parte, as águias tiveram maior ascendente, sem conseguir chegar ao golo, com o duelo a seguir para as grandes penalidades.

Nos pontapés decisivos, Diego Nunes e Rocha falharam para as águias num momento de muita confusão em que nem os árbitros tiveram noção de que o desempate já tinha terminado.