Era óbvio que Will Still não seria o treinador do Stade Reims na próxima época. Mas porquê sair a três jogos do fim do campeonato? O contrato com o clube de Champagne chegou ao fim na quinta-feira, após uma reunião com os directores do clube, o presidente Jean-Pierre Caillot e o diretor-geral Mathieu Lacour.
"Foi mutuamente acordado que as duas partes não continuariam a aventura desportiva juntas na próxima época", lê-se num comunicado oficial emitido ao meio-dia: Tendo em conta esta decisão, e a fim de permitir ao Stade de Reims encarar o próximo exercício financeiro, foi igualmente decidido que Will Still e o seu adjunto Nicolas Still abandonarão as respectivas funções com efeitos imediatos".
A saída dos irmãos Still do Reims não surpreende. Foi uma temporada longa, com rumores persistentes de uma mudançaspara o Sunderland, declarações a afirmar o desejo de trabalhar na Inglaterra e desavenças públicas com osdirigentes após a transferência de Azor Matusiwa para o Rennes durante o mercado de inverno, que lhe rendeu uma repreensão do presidente.
Will Still surge muitas vezes como um treinador muito, ou mesmo excessivamente, confiante, talvez um defeito devido à sua tenra idade, tendo sido promovido a número um em outubro de 2022, depois de Óscar García ter sido afastado na sequência de uma tragédia pessoal. Em 2024, o seu balanço foi péssimo, com apenas três vitórias (Mónaco, Havre e Metz), a última das quais a 17 de março. Desde então, a sua equipa somou apenas dois pontos nos últimos cinco jogos. A goleada de 4-1 sofrida no domingo passado diante do Clermont - "a pior partida" da carreira do belga, segundo suas próprias palavras - foi, portanto, seu último jogo no comando do Reims.
No dia 10 de março, os Champenois empataram com o PSG no Parque dos Príncipes (2-2), mas não conseguiram capitalizar. A Europa ainda está ao alcance, mas com jogos contra Brest, Marselha e Rennes, as esperanças são escassas, uma vez que o sexto lugar está a 6 pontos e o sétimo, que só se qualificará se o PSG vencer o Lyonna final da Taça de França, está a 4 pontos.
Assim, Still não conseguiu atingir o seu próprio objetivo, mas sobretudo não conseguiu levar o seu plantel consigo. Visto de fora, o treinador parecia querer ocupar demasiado espaço e demasiado protagonismo (deu recentemente um grande número de entrevistas aos meios de comunicação internacionais) para se tornar a estrela local. No final, não conseguiu capitalizar as dificuldades de Lens, Marselha, Lyon e Rennes, e nem sequer vai terminar a época. Um final agridoce que deixará uma sensação de dever cumprido.